Quem Fala o Que Quer, Fala o Que Não Deve
“Quando são muitas as palavras o pecado está presente, mas quem controla a língua é sensato.” (Provérbios 10.19)
Eu, particularmente, nunca fui de falar muito. Eu procuro ficar calado o máximo que eu posso, mesmo que isso vá fazer com que as pessoas me tenham como anti-social, e isso já aconteceu várias vezes. Não quero dizer aqui que eu nunca tropecei nas palavras; todas as vezes que eu disse coisas desnecessárias eu estava tentando parecer “normal” aos olhos dos outros ou, ainda, sendo motivado pela inclinação pecaminosa que habita dentro de mim. No entanto, nunca me arrependi de ter ficado calado em, praticamente, toda minha vida, falando somente quando necessário e o que era, de fato, necessário. É incrível notar nossa capacidade de falar coisas inúteis e que não servirão para nada, simplesmente para nos enturmar e não parecermos antipáticos frente às pessoas, com medo da imagem que terão de nós.
A língua é o principal meio que temos para nos comunicar com as pessoas à nossa volta. A língua é boa, pois foi criada por Deus para que possamos louvá-lO e contar a outras pessoas sobre Sua obra. No entanto, quase tudo aquilo que é bom e que foi criado por Deus tende a ser usado de maneira errada, fora dos propósitos. No versículo acima vemos que o pecado está presente quando as palavras são muitas. Você já reparou em quanta baboseira outras pessoas, e isso nos inclui, falam por aí? Entre essas baboseiras estão as fofocas, os palavrões, as críticas destrutivas, as murmurações etc.
Lemos também que aquele que controla a língua é sensato (no hebraico, “é sábio e age sabiamente”). Muitos dos nossos problemas seriam resolvidos, ou deixariam de existir, se aprendêssemos a controlar a nossa língua, o nosso falar. Não falo isso aos descrentes, pois eles, ainda não tendo o compromisso de viver para Cristo tendo morrido para o mundo, não devem ser cobrados por não apresentarem os Frutos do Espírito, a saber, domínio próprio (Gálatas 5.22-23). Digo isto a nós, cristãos, que crucificamos nossas vontades carnais para fazer a vontade do Pai. Nós é que devemos nos atentar para aquilo que sai de nossas bocas. Antes de tudo, nossa mente deve ser purificada pelo Espírito, pois, segundo Jesus, “a boca fala daquilo que o coração está cheio”, ou seja, para falarmos mal de algo, aquele mal já deve estar alojado dentro de nós. Usemos nossas palavras sabiamente, pois no dia do Juízo haveremos de prestar contas a Deus de cada uma das palavras que tiverem sido inúteis (Mateus 12.34,36).
“Nenhuma palavra torpe* saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem.” (Efésios 4.29)
*Torpe: desonesto, indecoroso, obsceno, sórdido, repugnante, manchado, sujo, sem valor, podre, mal, corrupto.